O relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa
da Previdência Social foi marcado por posicionamentos em favor da unidade da
categoria previdenciária e pelas manifestações contrárias ao governo
transitório de Michel Temer. Apesar das dificuldades de manter o foco na
Previdência e Seguridade Social, como a reivindicação para o retorno do
Ministério da Previdência Social, as entidades de classe tentaram demonstrar que
a previdência é superavitária, assim consequentemente, sustentável.
A
Frente Parlamentar existia há anos mas estava adormecida. No entanto, a partir
dos recentes atos da Presidência da República – que extinguiu o Ministério da
Previdência Social, levando o INSS para o Ministério do Desenvolvimento Social
e o os demais departamentos para o Ministério da Fazenda - a frente retomou
seus trabalhos. Atualmente, a frente conta com participação de deputados,
senadores, entidades de classe e centrais sindicais. Um trabalho conjunto que
reúne Câmara e Senado, além de mais 50 entidades representativas.
“Faremos
uma defesa intransigente da Previdência Social”, afirmou o senador Paulo Paim
(PT/RS), coordenador da Frente Parlamentar Mista junto com o deputado Arnaldo
Faria de Sá (PTB/SP). O senador Paim, reforçou a mensagem de que a previdência
não é deficitária, apenas precisa de uma maior fiscalização para coibir ações
fraudulentas que esvaziam os cofres da Seguridade Social.
“Nossos direitos estão sendo covardemente atacados”,
disse o senador ao criticar a possibilidade da reforma previdenciária anunciada
pelo governo, como as mudanças nas regras da idade mínima para a aposentadoria
da mulher. Assim como o petista, o deputado Arnaldo Faria de Sá se colocou
radicalmente contra a alteração nas regras e disse que para ele “querem
destruir as políticas públicas para investir na privada”. Segundo o deputado,
previdência é a garantia da qualidade de vida do trabalhador, que promove a
geração de empregos, arrecadação e um sistema sustentável. “A luta é desigual
porque é a economia contra a previdência”, argumentou.
Apoiadora
dos discursos de luta pelo não ao desmonte da previdência, a senadora Vanessa
Grazziotin (PCdoB/AM) aproveitou o espaço para atacar a política desenvolvida
por Temer. Segundo a senadora, está sendo feita uma “política econômica
neoliberal para retirar direitos dos trabalhadores”. Grazziotin relembrou
recentes episódios que envolvem a base aliada do governo Temer em suposto
envolvimento com a operação Lava Jato, atacando o senador, ex-ministro do
Planejamento, Romero Jucá.
Mas apesar
de em certos momentos o debate ter virado palco político (muitas vezes recriminado
pelo senador Paim – quem conduziu o evento), um dos pontos destacados em
diversos discursos feitos na tribuna da audiência fizeram referência as
reformas já realizadas, como a criação do fator previdenciário. Este foi um
ponto de consenso entre os participantes: todos os governos realizaram reformas
na Previdência Social, seja em menor ou maior grau. Dentre as últimas reformas
podemos citar as que aconteceram nos governos de Fernando Henrique Cardoso
(1995 a 2003) e de Luiz Inácio Lula da Silva (2003 a 2011).
A batalha
A bandeira fincada pela Frente Parlamentar é a não realização
de mais uma reforma. Nenhum congressista presente ou representante de entidade é
a favor da reforma, mas conforme foi relatado pelos representantes da
previdência, a discussão da reforma tornou-se um segundo estágio porque sequer
existe o Ministério da Previdência, a pasta a ser reformulada. O retorno
imediato do ministério foi um pedido feito por todos os participantes, que se
mostraram dispostos a iniciar a batalha para reaver o MPS.
A
audiência iniciou por volta das 10h da manhã e segue até o fim da tarde. O
auditório Petrônio Portella, no Senado Federal, atingiu lotação máxima,
contando com a presença das principais entidades de classe do país, aposentados
e trabalhadores.
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