
Presidente da Anasps Alexandre Barreto Lisboa fala sobre as mobilizações contra o fim do Ministério da Previdência Social
Qual
o entendimento da direção da Anasps referente à medida provisória 726/2016?
A
Medida Provisória nº 726, que dentre outras modificações da administração
pública, ela extinguiu o Ministério da Previdência, transferiu algumas
atividades para o Ministério da Fazenda e pegou seu principal órgão que é o
INSS - principal instrumento de distribuição Social do país e transferiu para o
Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário. No entendimento da Anasps é que
é algo estarrecedor, é algo não visto em história recente ou talvez antiga e
nos deixa com muita vergonha porque nós passamos a ser o único país que tem
previdência e não tem órgão próprio. É uma extinção na nossa memória é uma
extinção da nossa qualidade de trabalho é uma maneira de separar as políticas
previdenciárias para que efetivamente a população não tenha uma política
específica e necessária.
Quais
as ações da Anasps diante da mudança que ocorreu na conjuntura do Ministério da
Previdência Social?
Bem,
a Anasps começou uma mobilização com todos os seus associados que é um quadro
de mais de 50 mil pessoas. Começou uma mobilização junto à população. Começou
uma mobilização em toda a sociedade civil organizada, denunciando o que está
acontecendo, e a exemplo do que aconteceu no Ministério da Cultura, pedindo a
volta do Ministério da Previdência. A confederação Brasileira de Aposentados
(COBAP) está conosco nesta luta. Essa é a entidade que representa os mais de 30
milhões de aposentados segurados no país, para que revertamos isso, para que a
política previdenciária que sempre foi feita com seriedade no país, continue
sendo feita, e não dessa maneira transferindo para a área econômica uma
atividade que é do social e contributiva.
Qual
o papel Anasps em relação a essas manifestações?
A
Anasps está liderando vários movimentos, está na Frente Parlamentar em Defesa
da Previdência Social Pública, está junto com outras entidades civis
organizadas, outras entidades de classe, sindicatos, uma mobilização total e
permanente para que a sociedade veja o que está acontecendo, para que façam uma
denúncia constante disso, para que tragam protestos à rua, para que o governo
veja a insatisfação de todos, que ele não pode brincar com a vida da população
brasileira.
Qual
o recado a ser passado com as mobilizações? Ele pode ser direcionado a quem?
O
recado que sempre tem passado é que toda a família tem um envolvimento direto
com a Previdência Social. Toda família direta, indiretamente, depende, precisa
e necessita preservar a Previdência Social brasileira. Nós somos o maior
instrumento de defesa contra incertezas - seja aposentadoria, seja perda de um
integrante por falecimento a pensão vai proteger, seja em caso de licença
médica, seja até no caso de uma situação de detenção, de uma prisão, os
familiares estão sempre protegidos. Ou seja, a Previdência Social brasileira é
o maior instrumento de proteção da família brasileira e com o que está sendo
feito a família brasileira vai ficar a mercê do mar econômico, que só quer
pegar o dinheiro que todos contribuímos.
Na
análise do senhor, qual efeito positivo e o que ficou a desejar?
Bem,
o efeito positivo é que a mídia que estava muito devagar, a mídia não está
fazendo uma discussão séria sobre o tema “extinção do Ministério”, está
acordando para o tema, está nos procurando para obter mais informações, está
vendo que a sociedade está indignada contra isso, está começando a mobilizar. E
se a imprensa não cumprir o seu papel na divulgação a sociedade perde com isso.
Então hoje nós vemos que a sociedade já está se organizando, esse tema sendo
discutido (muitas pessoas que não sabiam do que está acontecendo), já estão
vindo apresentar o seu protesto, indignação. Hoje eu recebi uma informação de
petições públicas circulando na internet contra isso, quer dizer, repercussões
promovidas pela população. Agora o que deixa a desejar, foi que no caso da
Cultura, a população foi muito mais rápida nessa defesa. Agora na defesa da
cultura previdenciária que afeta tanto a todos nós o movimento ainda está
devagar.
Existem
mais ações programadas? Quais serão os próximos passos? O que o associado da
Anasps pode esperar dos representantes em relação a essa discussão e da manutenção
do Ministério da Previdência Social?
Hoje
eu recebi algumas lideranças. Vieram aqui a Cléo e o Adriano, representante do
Movimento Espontâneo dos Servidores, aqui de Brasília. Na próxima semana o INSS
faz aniversário e nessa data vão ser feitos alguns atos em defesa do INSS e de
protesto que está acontecendo. Nos Estados também estão sendo organizados
movimentos semelhantes, uns liderados pela Anasps, conforme esse que vai
acontecer na segunda-feira em frente à direção geral do INSS, outros com a participação
também da Anasps e também estaremos dispostos a algum movimento que queira a
nossa participação, a nossa expertise, o nosso engajamento nós estamos abertos
a nos unir com toda a sociedade em prol da nossa Previdência e na volta do
nosso Ministério. Se vocês acompanharem, alguns outdoors já estão sendo
colocados pelo país anunciando o roubo na nossa Casa, o roubo do Ministério da
Previdência e pedindo que o Congresso Nacional devolva à população brasileira o
Ministério da Previdência.
Quero
ressaltar o “#” que foi colocado no nosso outdoor, que passou a ser a nossa
palavra de luta: Não a Extinção da Previdência.
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