Uma burocracia a mais para os associados
Após a medida do
Ministério do Planejamento, que juntamente com o Serpro, implementou uma nova
sistemática para a filiação dos servidores públicos federais às entidades
sindicais e associativas, a Anasps reagiu. O presidente, Alexandre Barreto
Lisboa, tenta reverter administrativamente a decisão, que em seu entendimento
limita o direito à livre associação, além de punir as entidades que trabalham
na proteção e resguardo do direito de seus associados.
“Limitou, atrapalhou.
Eu acho que a entidade que trabalha mal tem que ser punida. Não criar uma regra
geral para as entidades que são sérias”, desabafou Lisboa. De acordo com o
representante da Anasps, a nova regra que cria o código do associado – que
determina que o servidor que queira se associar a uma entidade de classe esteja
antes com seus dados inseridos no Ministério do Planejamento, Orçamento e
Gestão -, é um mecanismo que dificilmente vai atingir seu objetivo: evitar
fraudes e benefícios irregulares. Aumentar a burocracia dificulta a associação
principalmente dos idosos, que agora passarão a ter a obrigatoriedade de
realizar um cadastro via internet. Antes era necessário apenas a ficha de
filiação junto a entidade.
O argumento do presidente
é de que essa medida viola o direito do cidadão porque restringe a participação
a partir do momento que se faz necessário o código feito pelo Planejamento.
“Deveria ser criado um mecanismo que a própria entidade produzisse esse
código”, disse. Segundo Lisboa, a entidade não se opõe ao código, mas aguarda
por uma melhor solução. “Nós não somos conta o código, nós somos contra a
maneira que ele é porque ele remete tudo para a internet, remete tudo para uma
tecnologia que muitas das vezes o aposentado não tem condições de fazer”,
ressaltou.
Na tentativa de
reverter essa situação, o presidente da Anasps encaminhou um ofício solicitando
a revogação dessa exigência e propondo uma solução alternativa, com a
associação gerando um código específico de cadastro a ser realizado pela
própria entidade. Dessa maneira, não haveria qualquer prejuízo em relação a
fiscalização.
*Assista ao vídeo da
entrevista com o presidente da Anasps, Alexandre Barreto Lisboa.
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